segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Dois pesos e duas Medidas- Franssinete Florenzano

Uma empresa particular será responsável pela retirada dos destroços do avião que caiu no mar a menos de dois quilômetros de Paraty (RJ), matando o ministro do STF Teori Zavascki e outras quatro pessoas. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Aeronáutica responsável pela principal investigação sobre as causas do acidente, informou que a retirada do avião será complexa, porque ele está num local muito raso, onde a profundidade é de apenas três metros e que, "nesses casos, é preciso contratar uma empresa especializada e cabe ao dono arcar com o custo". Ninguém contrariou a orientação do Cenipa.


Enquanto isso, já vai completar um ano e quatro meses, no próximo dia 6, que o navio Haidar afundou com 700 toneladas de óleo e cinco mil bois vivos no porto de Vila do Conde, em Barcarena(PA).
As praias de Vila do Conde e a de Beja, em Abaetetuba, além do píer onde ocorreu o acidente, foram interditados e proibidos para qualquer tipo de atividade. Laudos do respeitadíssimo Instituto Evandro Chagas comprovaram a contaminação do rio Pará, e recomendaram que se evitasse até o contato com as águas da região, por não ser seguro tomar banho no rio. 

Conforme ação do Ministério Público Federal, o dano socioambiental para os moradores dos municípios de Barcarena e Abaetetuba soma R$ 71 milhões em indenizações que ainda não foram pagas. O Estado aplicou multas de R$ 29.675.250, mas as empresas recorreram, o navio continua lá, os restos mortais dos bois se dissolveram no rio e tudo caminha a passos de cágado no Judiciário.
São réus nas ações os donos do Haidar, Husei Sleiman e Tamara Shiping, a proprietária da carga de bois vivos, Minerva S.A, as responsáveis pelo embarque dos bois, Global Agência Maritima e Norte Trading Operadora Portuária, além da Companhia Docas do Pará (CDP), responsável pelo porto de Vila do Conde. A população mais impactada só foi amparada com fornecimento de água e cestas básicas nos primeiros momentos após o naufrágio. 

E nenhuma voz se eleva em defesa dos nossos ribeirinhos e do Pará como um todo, que sofre prejuízo milionário nas exportações, perdendo ainda mais investimentos e empregos, justamente em cenário de crise, sem falar nos impactos gravíssimos à saúde pública.
Com informações; Blog da Franssinete Florenzano

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